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Semana da Leitura II







Além da actividade em que participámos (história co(a)ntada pelo prof. Rui Almeida), aderimos também a uma outra iniciativa incluída na Semana da Leitura.

Esta iniciativa - "A rádio está no ar" - foi organizada, em conjunto, pela Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, pela Rádio Boa Nova e pelos agrupamentos de escolas do nosso concelho.

Os alunos que queriam participar tinham de escolher um texto. Depois tinham de treinar muito bem a sua leitura, porque ia ser gravada para depois ser escutada por todos na Rádio Boa Nova.

Assim foi. No dia 11 deste mês fomos à sede do agrupamento fazer a gravação (com a ajuda do sr. Luís Antero) da leitura dos textos que escolhemos.









CARLOS













MARGARIDA















RAFAEL









Agora temos de esperar até Maio para nos podermos ouvir no rádio. As gravações passarão antes dos blocos informativos das 12, 15 e 18 horas.

Assim que soubermos o calendário das nossas leituras, iremos aqui colocá-lo para que possam ouvir-nos.

OS TEXTOS QUE LEMOS:

A primeira chamada para a serra

A D. Isabel, minha hospedeira, deu dois murros na porta do meu quarto e gritou para dentro:
«Estão ali a chama-lo para ir assistir a um parto na Serra».
Levanto-me estremunhado, visto-me à pressa, e espreito por uma fresta da janela.
Amanhecia.
E de um céu cinzento e calmo, peneirava-se uma chuva miudinha de molha parvos.
Abro a porta da rua.
Um recoveiro com um macho albardado seguro, pela arreata, elucida-me:
- «É para ir tirar uma criança a tia Maria Farrapeira, lá na Serra…».
Há quanto tempo está em trabalho de parto? Inquiri.
«Trabalho … Trabalho… Há quinze dias que não faz nada. Desde que lhe deram as dores».
Quer você dizer que está há quinze dias com as dores de parir?
«Pois claro! Aquilo berra p’ra lá que é de partir o coração dum seixo».
Eu é que fiquei com o ânimo partido ao receber tal notícia, seca e ríspida como a cara do carvoeiro.
Pode lá ser! Quinze dias em trabalho de parto!
Meto uma bucha à pressa; engulo-a sem vontade; preparo a mala dos ferros; e saiu porta fora, mal humorado, rumo à minha primeira grande aventura de médico de aldeia
.

excerto do livro: "SERRA! Caminhos de um médico" de Vasco de Campos; ed. Moura Pinto

Leitor: Carlos Rodrigues


Avô

Quem vai para o castelo
por umas escadinhas tem que passar
mas quando lá chegar ao cimo
tem vontade de lá ficar

É tão linda a nossa terra
quando estão verdes os nossos campos
tem uma casa cultural
Doutor Vasco de Campos

Passa o rio sem poluição
onde se pode banhar
e pode trazer o seu anzol
para nele pescar

Esta vila é tão bela
é tão bela com bons ares
é banhada pelo Alva
e ribeira de Pomares

Tem uma linda igreja
que encanta o coração
tem por sua padroeira
Nossa Senhora da Assunção

Tem uma calçada romana
mas isso não é segredo
é por onde vão os romeiros
quando vão para o São Pedro

Termino minhas quadras
e assim vou acabar
peço a Deus e a todos os santos
que minha terra vá melhorar
Poesia popular
Leitor: Rafael Jorge
Poema das crianças

Quando é nova uma criança
Nem sequer chega a pensar
Naquela triste herança
Que este Mundo lhe vai dar.

Inocente vai brincando,
Entre as ruína duma guerra
Onde os homens vão matando
Pouco a pouco a sua Terra

Mas um dia vai dar conta
Da miséria que consome,
Quem não tem a mesa pronta
Para á noite matar a fome.

Com firmeza vai pedir
Ao mortífero canhão,
Que em vez de balas atire
Uns pedacinhos de pão.

Eu tenho quase a certeza
Que ninguém se vai ralar
E os senhores da grandeza
Vão prosseguindo a brincar.

Tanta gente a padecer
Por este Mundo inteiro,
Tanta gente sem comer,
Mas prá guerra há dinheiro.

Meus senhores deste planeta,
Parem lá com as matanças,
E que mais ninguém comenta
Maus-tratos sobre as crianças.
Poesia popular
Leitora: Margarida Tavares

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