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Avô - Portugal




"Nobre vila em península guerreira"








Terra do poeta-guerreiro Brás Garcia Mascarenhas, autor do poema épico Viriato Trágico, e onde viveu o médico e também poeta Vasco de Campos, Avô é uma das mais belas povoações do concelho de Oliveira do Hospital. Banhada pelo rio Alva, a vila de Avô foi habitada por romanos que andavam na pesquisa de minérios de chumbo e ouro, talvez os fundadores do Castelo, hoje bastante degradado. Depois vieram os árabes, pelo que a origem do povoado se perde na memória dos tempos. Avô teve estatuto Municipal (a 1ª carta de foral data de 1187), mas o concelho acabou por ser extinto por decreto de 24 de Outubro de 1855, passando as suas freguesias de Anceriz Piódão e Pomares para o concelho de Arganil e as freguesias de Aldeia das Dez, Avô, Lourosa, Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira para o de Oliveira do Hospital. Nos anos 60 foi feita uma alteração de limites entre os concelhos de Oliveira do Hospital e Arganil. Assim, um prolongamento muito alongado da freguesia de Avô (Valado, Moura, Relva Velha, etc) que se estendia pelo concelho de Arganil, foi integrado neste concelho por motivos de eficácia administrativa. Chamou-se primitivamente Couto de Avao, porque, não havendo pontes sobre o rio Alva e a ribeira de Moura, só se podia entrar no velho burgo atravessando a "vau" (ad vadum) os referidos cursos de água. Se parar no miradouro da EN 230, designado por Varandas de Avô, sobretudo no verão, não vai resistir ao desejo de descer ao vale para se banhar nas refrescantes águas do rio Alva. Entretanto, já na Vila , pode visitar a Igreja Matriz do século XII, cujo orago é Nª Sª da Assunção. Segundo a tradição, foi mandada erguer por D. Afonso Henriques. Sofreu diversas transformações que lhe desfiguraram o traçado original , sendo o edifício actual do século XVIII. No centro do templo encontra-se um túmulo que se crê conter os restos mortais de Brás Garcia Mascarenhas. Entre outras capelas não deixe de passar pela Capela de Nª Sª das Neves, Capela da Senhora dos Anjos, Capela de S. Pedro ou de Sta Mª do Mosteiro, situada na margem esquerda do rio Alva, a 2 Km de Avô, a caminho de Aldeia das Dez e que, segundo reza a história, foi construída, sobre as ruínas de um mosteiro cuja fundação remonta ao século V, época dos Godos. Imóvel de interesse público é também a Ermida ou Capela de S. Miguel situada nas ruínas do Castelo de Avô e que se julga ter sido mandada reconstruir por Brás Garcia Mascarenhas. No interior é possível observar um conjunto de estelas funerárias ou coberturas de sepulturas - esculturas ligadas a ritos fúnebres e à profissão do falecido. Na Capela de Stª Mª do Mosteiro existem também vestígios de uma sepultura antropomórfica que se poderá reportar aos primeiros tempos da nacionalidade. De novo no centro da Vila passe pela ilha do Picoto, onde além de poder fazer um piquenique ou apanhar banhos de sol na praia fluvial junto ao Alva, pode observar o Cruzeiro Comemorativo do 8º Centenário da Fundação de Portugal e o 3º da Restauração. A caminho da Ilha deite os olhos para a Casa de Brás Garcia Mascarenhas, solar quinhentista no seu traço original, ostentando janelas manuelinas, mas que no entanto se encontra em avançado estado de degradação. Deve ainda observar a antiga Casa da Câmara, medieval, cuja data de construção se desconhece e onde funcionou também o Tribunal e, no rés-do-chão a cadeia do antigo concelho de Avô. Actualmente a junta de Freguesia, do Posto Médico e da Sociedade Recreio Filarmónica Avoense. Mesmo em frente está o bonito Pelourinho do século XIV, Manuelino, pertencente ao grupo de pelourinhos classificados do tipo de "pinha". Em boas condições está ainda a Casa da família do Dr. Vasco Campos construído no século XIX, edifício brasonado situado junto à foz da ribeira de Pomares. A vila é toda ela razão mais do que suficiente para uma prolongada visita. Espaços e pessoas que marcaram a história. Mas, ao deixar Avô, obrigatória é mesmo a passagem pela Quinta do Dr. Barros, onde num muro perpendicular ao solar lá existente foram colocados um conjunto de objectos antigos encontrados na região, artisticamente esculpidos no granito - seis cruzes de Malta, rosácea, cruz com cinco hastes, cabeça humana e um V em alto relevo. Ainda situado à entrada da Vila para quem vem de Côja, poderá ver o maior semprevirens (cípestre dos cemitérios) do país Reza a lenda que teria sido plantado há cerca de 400 anos por Brás Garcia Mascarenhas, uma vez que este possuía nesse local o seu jardim.


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